sábado, 2 de abril de 2011

A SUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER.


Um cientista esquisitão chamado Duncan MacDougall, de Massachusets, para provar que a alma existe e tem peso, realizou um experimento real, feito em 1907, onde pesou seis pessoas numa enorme balança de dois pratos. De um lado, ficava o paciente em estado terminal, deitado em uma cama. Do outro, o doutor colocava pesos equivalentes e eram antes e depois de morrerem e constatou que o ponteiro da balança quase sempre caía os famosos “21gramas”... Sinistro... o tema para iniciar um texto num blog! Milan Kundera foi o autor que discorreu sobre a problemática humana e sua eterna insatisfação. Ele filosofa... Refletindo que o mais pesado fardo nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Quanto mais pesado é o fardo, mais próxima da terra está nossa vida e ela se torna mais real, mais verdadeira. A ausência total do fardo nos faz mais leve do que o ar nos distancia da terra. O ser humano se torna semi-real e seus movimentos tão livres quanto insignificantes. A grande pergunta que o leva a filosofar tão profundamente, é: O que escolher? O peso ou a leveza? Às vezes o fardo nos traz cada vez mais para baixo, para bem perto da terra e as pessoas se sentem feliz, como a personagem Teresa do livro, pois a contradição pesado/leve é a mais misteriosa e ambígua de todas. Para Milan Kundera, o pesado fardo é que dá sentido à vida por entender que a leveza do ser, algo insustentável. Enfim... qual a conexão da experiência de Duncan e o livro de Kundera? Na experiência foi explicado que o peso da alma variava com a personalidade, inteligência e estilo de vida, influenciando o fiel da balança, de tal sorte que aquelas mais espiritualizadas eram mais “leves” e próximas dos “21 gramas”, confirmando a questão filosófica em questão, onde a materialidade dos vícios, paixões e débitos pretéritos em outras vidas, nos levam a conclusões de que somente a prática do bem torna a existência um fardo fácil de carregar e a sustentável leveza do ser.