Em
tempos de faxina no Planalto (de novo!), corruptos e corruptores, nomeações por
conveniências, e não por méritos, ministros que se encontram em “escritórios”
instalados em hotéis – em horário de expediente – e obras que dispensam
licitações porque se tornaram “urgentes”, adotar princípios éticos pode ser um
diferencial para as empresas e servir de exemplo para muita gente por aí.
É
senso comum que hoje as organizações, sejam de pequeno ou grande portes,
convivam com situações que envolvem pressão por resultados, competitividade,
prazos, controle de gastos e outras capazes de deixar qualquer profissional em
constante tensão. Em momentos como esse, reverter o quadro e alcançar o
objetivo é crucial. A questão, para muitos, é que a estratégia adotada para isso
passa longe de valores como ética, moral e respeito. Mas existem organizações
que vêm fazendo justamente o contrário e sendo reconhecidas por isso – e esse
número está crescendo.
Empresas
de diferentes segmentos têm nos seus códigos de conduta um importante
instrumento para que interajam adequadamente com os seus diferentes públicos,
norteando procedimentos e posturas. A atuação ética das organizações vem
rendendo não só bons resultados internos como está sendo uma aliada em suas
conquistas. A Solae, líder mundial no desenvolvimento de tecnologia para
ingredientes à base de soja, é um exemplo claro disso. Em março, foi
reconhecida pelo Ethisphere Institute como uma das Empresas Mais Éticas do
Mundo (WME) de 2011. Esse é o segundo ano consecutivo que ela recebe o prêmio.
A
empresa se destacou por implementar práticas e iniciativas de negócios que
foram decisivas para o seu sucesso, gerando benefícios à comunidade e avanço
nos padrões éticos do setor de alimentos. “A Solae está profundamente
comprometida com a ética em tudo o que faz, e esse é um dos nossos quatro
valores corporativos”, destaca Cornel Fuerer, vice-presidente, diretor jurídico
e diretor de compliance (normas) da multinacional. “Ser homenageada como uma
das Empresas Mais Éticas do Mundo pelo segundo ano é gratificante, em razão das
conquistas da empresa, e nos motiva a continuarmos tendo a ética como uma
prioridade em todos os aspectos de nossos negócios”, complementa o executivo.
Para
incluir a ética na política da empresa, é de suma importância que ela tenha
claros tanto seus objetivos quanto as ferramentas para atingi-los, incluindo o
seu corpo de funcionários e suas competências. Equipes coesas e bem organizadas
são fundamentais para que qualquer procedimento seja colocado em prática e devidamente
cumprido.
Na
Solae, uma joint venture entre a DuPont e a Bunge, a “cartilha” com os valores
trabalhados pela empresa é passada ao funcionário logo que ele ingressa na
companhia. Além da ética, as atividades e relações institucionais são baseadas
em segurança e saúde, na proteção ao meio ambiente e no respeito às pessoas.
“Todos os novos funcionários, estagiários e contratados, recebem treinamento
sobre os valores corporativos e políticas da companhia assim que iniciam o seu
trabalho. Além disso, todos os líderes da empresa são orientados a dar o
exemplo e a encorajar os colaboradores a seguirem as diretrizes estabelecidas”,
explica a coordenadora regional de recursos humanos da Solae na América Latina
e África Subsaariana, Renata Vieira.
Ainda
de acordo com a coordenadora, além do treinamento inicial para os novos
funcionários, a Solae trabalha seus valores também com aqueles que estão há
mais tempo na empresa por meio de apresentações periódicas e outras ações sobre
o tema. A definição de políticas e procedimentos claros e transparentes
facilita o comportamento que os colaboradores devem ter, seja com outros
colegas ou com clientes e fornecedores. Mesmo assim, caso tenham dúvidas de
como agir em determinada situação, eles podem recorrer aos diversos canais
disponibilizados pela empresa para esclarecimento e orientação sobre qualquer
procedimento. Da mesma forma, são encorajados a comunicar incidentes antiéticos
que presenciarem, podendo acessar canais de reporte anônimo, se preferirem.
Essas
iniciativas permeiam cada vez mais as diretrizes da companhia e norteiam as
ações realizadas. Segundo Renata, a maneira como acordos e parcerias são
conduzidos é tão importante quanto o negócio em si. E isso depende do
comportamento dos seus funcionários, que devem zelar pela imagem da empresa. “A
importância da ética no ambiente corporativo está relacionada diretamente às
ações de cada funcionário, e tais ações geram impactos na reputação da Solae.
Por
isso, a apresentação dos valores corporativos também é uma forte prática nossa
e está presente em qualquer contato com clientes, fornecedores, parceiros e nas
reuniões internas”, garante a coordenadora.
Nortear-se
pela ética deveria ser prerrequisito, uma norma social generalizada, e não um
diferencial, uma qualidade ou uma virtude a ser destacada. Infelizmente, não é
o que acontece, e práticas como essa, da Solae, merecem destaque.
Sua
empresa também adota práticas e iniciativas que têm a ética como prioridade?
Possui uma cartilha com os valores trabalhados pela empresa? Em caso positivo,
envie-a para mim. Terei o maior prazer em comentá-la.
Júlio Clebsch
Editor da revista Liderança