quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A ética como aliada


Em tempos de faxina no Planalto (de novo!), corruptos e corruptores, nomeações por conveniências, e não por méritos, ministros que se encontram em “escritórios” instalados em hotéis – em horário de expediente – e obras que dispensam licitações porque se tornaram “urgentes”, adotar princípios éticos pode ser um diferencial para as empresas e servir de exemplo para muita gente por aí.
É senso comum que hoje as organizações, sejam de pequeno ou grande portes, convivam com situações que envolvem pressão por resultados, competitividade, prazos, controle de gastos e outras capazes de deixar qualquer profissional em constante tensão. Em momentos como esse, reverter o quadro e alcançar o objetivo é crucial. A questão, para muitos, é que a estratégia adotada para isso passa longe de valores como ética, moral e respeito. Mas existem organizações que vêm fazendo justamente o contrário e sendo reconhecidas por isso – e esse número está crescendo.
Empresas de diferentes segmentos têm nos seus códigos de conduta um importante instrumento para que interajam adequadamente com os seus diferentes públicos, norteando procedimentos e posturas. A atuação ética das organizações vem rendendo não só bons resultados internos como está sendo uma aliada em suas conquistas. A Solae, líder mundial no desenvolvimento de tecnologia para ingredientes à base de soja, é um exemplo claro disso. Em março, foi reconhecida pelo Ethisphere Institute como uma das Empresas Mais Éticas do Mundo (WME) de 2011. Esse é o segundo ano consecutivo que ela recebe o prêmio.
A empresa se destacou por implementar práticas e iniciativas de negócios que foram decisivas para o seu sucesso, gerando benefícios à comunidade e avanço nos padrões éticos do setor de alimentos. “A Solae está profundamente comprometida com a ética em tudo o que faz, e esse é um dos nossos quatro valores corporativos”, destaca Cornel Fuerer, vice-presidente, diretor jurídico e diretor de compliance (normas) da multinacional. “Ser homenageada como uma das Empresas Mais Éticas do Mundo pelo segundo ano é gratificante, em razão das conquistas da empresa, e nos motiva a continuarmos tendo a ética como uma prioridade em todos os aspectos de nossos negócios”, complementa o executivo.
Para incluir a ética na política da empresa, é de suma importância que ela tenha claros tanto seus objetivos quanto as ferramentas para atingi-los, incluindo o seu corpo de funcionários e suas competências. Equipes coesas e bem organizadas são fundamentais para que qualquer procedimento seja colocado em prática e devidamente cumprido.
Na Solae, uma joint venture entre a DuPont e a Bunge, a “cartilha” com os valores trabalhados pela empresa é passada ao funcionário logo que ele ingressa na companhia. Além da ética, as atividades e relações institucionais são baseadas em segurança e saúde, na proteção ao meio ambiente e no respeito às pessoas. “Todos os novos funcionários, estagiários e contratados, recebem treinamento sobre os valores corporativos e políticas da companhia assim que iniciam o seu trabalho. Além disso, todos os líderes da empresa são orientados a dar o exemplo e a encorajar os colaboradores a seguirem as diretrizes estabelecidas”, explica a coordenadora regional de recursos humanos da Solae na América Latina e África Subsaariana, Renata Vieira.
Ainda de acordo com a coordenadora, além do treinamento inicial para os novos funcionários, a Solae trabalha seus valores também com aqueles que estão há mais tempo na empresa por meio de apresentações periódicas e outras ações sobre o tema. A definição de políticas e procedimentos claros e transparentes facilita o comportamento que os colaboradores devem ter, seja com outros colegas ou com clientes e fornecedores. Mesmo assim, caso tenham dúvidas de como agir em determinada situação, eles podem recorrer aos diversos canais disponibilizados pela empresa para esclarecimento e orientação sobre qualquer procedimento. Da mesma forma, são encorajados a comunicar incidentes antiéticos que presenciarem, podendo acessar canais de reporte anônimo, se preferirem.
Essas iniciativas permeiam cada vez mais as diretrizes da companhia e norteiam as ações realizadas. Segundo Renata, a maneira como acordos e parcerias são conduzidos é tão importante quanto o negócio em si. E isso depende do comportamento dos seus funcionários, que devem zelar pela imagem da empresa. “A importância da ética no ambiente corporativo está relacionada diretamente às ações de cada funcionário, e tais ações geram impactos na reputação da Solae.
Por isso, a apresentação dos valores corporativos também é uma forte prática nossa e está presente em qualquer contato com clientes, fornecedores, parceiros e nas reuniões internas”, garante a coordenadora. 
Nortear-se pela ética deveria ser prerrequisito, uma norma social generalizada, e não um diferencial, uma qualidade ou uma virtude a ser destacada. Infelizmente, não é o que acontece, e práticas como essa, da Solae, merecem destaque.
Sua empresa também adota práticas e iniciativas que têm a ética como prioridade? Possui uma cartilha com os valores trabalhados pela empresa? Em caso positivo, envie-a para mim. Terei o maior prazer em comentá-la.

Júlio Clebsch
Editor da revista Liderança

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