sábado, 3 de agosto de 2013

SOBRE A ROSA... HIROSHIMA E VOCÊ!

6 de agosto de 1945 - 8h45min. Gritou "Little Boy" o "brinquedo" assassino!!! Nada mais a falar, Nada mais a calar...

Foram estas as palavras pronunciadas às 08:45, do dia 06 de Agosto, por Paul Warfield Tibbets Jr, piloto do avião Enola Gay ao lançar a a primeira bomba atômica sobre um alvo humano, batizada "Little Boy".

 A Guerra estava no fim e os conflitos restantes aconteciam no Pacífico. E no Japão,  Hiroshima permanecia intacta. O governo incentivava todos a manter as atividade cotidianas. Naquele momento, os japoneses ouviram o alarme indicando a aproximação de um avião B – 29 inimigo que lançou a fatídica bomba a 576 m acima da cidade de Hiroshima, e após um silencioso clarão, ergueu-se um cogumelo de devastação de 9.000 m de altura provocando ventos de 640 a 970 km/h, espalhando material radioativo numa espessa nuvem de poeira.
A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus centígrados, similar à temperatura do Sol. Hiroshima tinha na época cerca de 330 mil habitantes, e era uma das maiores cidades do Japão, o bombardeio matou cerca de 130 mil pessoas e feriu outras 80 mil, a bomba lançada é até hoje a arma que mais mortes provocou em pouco tempo, 221.893 mortos é o total das vítimas da bomba reconhecidas oficialmente.

Quem sobreviveu, foi obrigado a conviver com males terríveis. O calor intenso levou a roupa e a pele de quase todas as vítimas. Vários incêndios foram causados pelos intensos raios de calor emitidos pela explosão. Vidros e metais derreteram como lavas.
O cenário da morte era assustador. As queimaduras eram tratadas com mercúrio cromo pela falta de medicamento adequado. Não havia comida e a água era suspeita. A desinformação era tanta que muitos japoneses saíram de suas províncias para tentar encontrar seus familiares em Hiroshima. Corriam o maior risco pós-bomba: a exposição à radiação.
Não se sabe exatamente porque Hiroshima foi escolhida como alvo inaugural da bomba atômica. Uma explicação considerada plausível é pelo fato de a cidade estar centrada em um vale. As montanhas fariam uma barreira natural, o que ampliaria o poder de impacto da bomba.

Esta página negra da história da humanidade nos leva a refletir sobre as decisões dos governos e, principalmente, dos interesses do poder. Atualmente, o cenário das megalópoles nos mostra as miseráveis condições das cidades e da situação social brasileira, conduzindo, por fim, a uma reflexão: “A longo prazo, o que causa maior destruição: a bomba atômica ou os políticos?

Colocar a culpa nos políticos (ou empresários) desonestos (ah, se fossem só estes…) é “terceirizar a responsabilidade”.

A esperança é que cada um de nós deixe de ser apenas espectador (ou contribuidor para este estado de coisas)  e passe a usar os conhecimentos que adquiriu e a posição privilegiada que tem para, de forma ainda que lenta, mas firme, ajudar a mudar esta situação. Isto se faz de acordo com a máxima: “Pensar globalmente e agir localmente”.

O poema de autoria de Vinícius de Moraes e musicada por Gerson Conrad, nos leva a refletir sobre as consequências desse bombardeio nuclear e da realidade do cotidiano...

Rosa de Hiroshima
Vinícius de Morais

Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada




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