terça-feira, 24 de setembro de 2013

Em terra de cego, quem tem um olho é rei.

O Grupo Abril (revistas), através da Box 1824, empresa que desenvolve trabalhos de pesquisa e consultoria, realizou uma pesquisa para identificar tendências de consumo dos jovens. O alvo do estudo eram pessoas entre 8 e 24 anos. Entre as conclusões mais interessantes, observou-se que esse pessoal é ávido por informação, muito ligado ao design de produtos e serviços, e muito pouco fiel a marcas. 




Essa infidelidade tem um lado positivo: a disposição para experimentar novas opções. Ao todo, foram identificadas 10 grandes tendências:

1. Geração seleção – Procuram informações de fontes específicas sobre determinados assuntos, sejam eles sites na Internet ou amigos que dominem o tema. Essa tendência aponta a necessidade de as marcas se tornarem curadoras da informação.
2. Consumo viral – O amigo jovem tem a indicação mais importante, de maior confiança. Ele é o maior filtro de informações e referência para o consumo dos que estão a sua volta.
3. Consumo de expectativa – Vivem muito mais o desejo de adquirir as coisas do que o tempo em que usufruem de tais objetos por terem sempre grande necessidade de consumo.
4. Comportamento indie – Vontade de diferenciação da massa, que anuncia um olhar atento desses jovens às propagandas com universo diferente do “real”. Nesse cenário, marcas desconhecidas ganham valor e concorrem com as grandes.
5. Design nation – Da escolha do refrigerante ao celular, o design é peça fundamental. Com isso, as marcas que se apropriam do design se tornam uma tendência. O valor dado ao produto/serviço está acima do poder da sua marca.
6. O consumidor é o conteúdo – O conteúdo de Internet mais acessado por jovens é aquele feito por eles mesmos.
7. Psiconomadismo – Possuem a sensação de que têm pouco tempo para experimentar muitas coisas, sensações e atitudes, e acabam não se apegando a elas – o que gera infidelidade e, por outro lado, a abertura desses jovens para experimentar novas marcas.
8. Mente global, alma local – Jovens se gabam de comentar sobre algum aspecto da brasilidade, mas têm medo de falar de sua própria cidade, do regionalismo.
9. Revolução natural – Parecer saudável e ter responsabilidade social e ética são itens que os jovens buscam nas marcas. Existe uma valorização do discurso do bem-estar, mesmo que isso possa não aparecer muito na prática de seu dia-a-dia.
10. Consumo do vazio – Jovens querem cada vez mais capacidade de armazenamento de seus e-mails, tocadores de MP3 e cartões de memória, mesmo que só utilizem cerca de 12%. Essa tendência tem sido muito observada no exterior por empresas de tecnologia, que vendem o estilo de vida de sua marca.

O pessoal com menos de 15 anos, além de tudo isso acima, provocará mudanças ainda mais radicais. Eles já nasceram sob a égide do computador e da Internet. Ou seja, terão conhecimento e capacidade muito além do que vemos hoje. Será a primeira geração, literalmente, computadorizada.

Apesar de vivermos no “Terceiro Mundo”, onde a grande maioria – não importa a idade – não tem acesso a essa tecnologia, muito tem-se feito para permitir a democratização do computador e da Internet. Apenas para sua informação: o rádio levou 38 anos para atingir 50 milhões de lares; a televisão, 13 anos; a TV a cabo, 10 anos; a Internet, apenas 5 anos.

As regiões mais pobres do planeta, Brasil incluído, não têm a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento da telefonia fixa, o que não mudará num curto espaço de tempo, mas serão “salvas” e beneficiadas pela tecnologia do telefone celular.


 É isso aí, aos pais, a escola, o professor e profissionais que não observarem essas alterações comportamentais em seus alunos não manterá suas portas abertas ou EMPREGO por muito tempo. Em terra de cego, quem tem um olho é rei. Boa semana e boas aulas.

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