O Grupo Abril (revistas),
através da Box 1824, empresa que desenvolve trabalhos de pesquisa e
consultoria, realizou uma pesquisa para identificar tendências de consumo dos
jovens. O alvo do estudo eram pessoas entre 8 e 24 anos. Entre as conclusões
mais interessantes, observou-se que esse pessoal é ávido por informação, muito
ligado ao design de produtos e serviços, e muito pouco fiel a marcas.
Essa
infidelidade tem um lado positivo: a disposição para experimentar novas opções.
Ao todo, foram identificadas 10 grandes tendências:
1. Geração
seleção – Procuram informações de fontes específicas sobre determinados
assuntos, sejam eles sites na Internet ou amigos que dominem o tema. Essa
tendência aponta a necessidade de as marcas se tornarem curadoras da
informação.
2.
Consumo viral – O amigo jovem tem a indicação mais importante, de maior
confiança. Ele é o maior filtro de informações e referência para o consumo dos
que estão a sua volta.
3. Consumo
de expectativa – Vivem muito mais o desejo de adquirir as coisas do que o
tempo em que usufruem de tais objetos por terem sempre grande necessidade de
consumo.
4. Comportamento
indie – Vontade de diferenciação da massa, que anuncia um olhar atento
desses jovens às propagandas com universo diferente do “real”. Nesse cenário,
marcas desconhecidas ganham valor e concorrem com as grandes.
5. Design
nation – Da escolha do refrigerante ao celular, o design é peça
fundamental. Com isso, as marcas que se apropriam do design se tornam uma
tendência. O valor dado ao produto/serviço está acima do poder da sua marca.
6. O
consumidor é o conteúdo – O conteúdo de Internet mais acessado por jovens é
aquele feito por eles mesmos.
7. Psiconomadismo
– Possuem a sensação de que têm pouco tempo para experimentar muitas coisas,
sensações e atitudes, e acabam não se apegando a elas – o que gera infidelidade
e, por outro lado, a abertura desses jovens para experimentar novas marcas.
8. Mente
global, alma local – Jovens se gabam de comentar sobre algum aspecto da
brasilidade, mas têm medo de falar de sua própria cidade, do regionalismo.
9. Revolução
natural – Parecer saudável e ter responsabilidade social e ética são itens
que os jovens buscam nas marcas. Existe uma valorização do discurso do
bem-estar, mesmo que isso possa não aparecer muito na prática de seu dia-a-dia.
10. Consumo
do vazio – Jovens querem cada vez mais capacidade de armazenamento de seus
e-mails, tocadores de MP3 e cartões de memória, mesmo que só utilizem cerca de
12%. Essa tendência tem sido muito observada no exterior por empresas de
tecnologia, que vendem o estilo de vida de sua marca.
O pessoal com menos de 15 anos, além de tudo
isso acima, provocará mudanças ainda mais radicais. Eles já nasceram sob a
égide do computador e da Internet. Ou seja, terão conhecimento e capacidade
muito além do que vemos hoje. Será a primeira geração, literalmente,
computadorizada.
Apesar de vivermos no “Terceiro Mundo”, onde
a grande maioria – não importa a idade – não tem acesso a essa tecnologia,
muito tem-se feito para permitir a democratização do computador e da Internet.
Apenas para sua informação: o rádio levou 38 anos para atingir 50 milhões de
lares; a televisão, 13 anos; a TV a cabo, 10 anos; a Internet, apenas 5 anos.
As regiões mais pobres do planeta, Brasil
incluído, não têm a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento da
telefonia fixa, o que não mudará num curto espaço de tempo, mas serão “salvas”
e beneficiadas pela tecnologia do telefone celular.
É isso
aí, aos pais, a escola, o professor e profissionais que não observarem essas alterações comportamentais em
seus alunos não manterá suas portas abertas ou EMPREGO por muito tempo. Em
terra de cego, quem tem um olho é rei. Boa semana e boas aulas.
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