domingo, 2 de janeiro de 2011

Eclipse de mim... dualidade

Na abstração do meu ser busco o sentido para as fases que enfrento a dualidade que habita em nós – a Luz e a Escuridão, o Som e o Silêncio, o Amor e o Ódio – enfim, o Céu e o Inferno.
Em resposta às indagações busco a resposta no fenômeno do Eclipse que acontece sempre que um corpo entra na sombra de outro. Assim, quando a Lua entra na sombra da Terra, acontece um Eclipse lunar. Quando a Terra é atingida pela sombra da Lua, acontece um Eclipse solar. Um Eclipse total da Lua acontece quando a Lua fica inteiramente imersa na umbra da Terra.
A dualidade é um Eclipse do ser...

A causa da dualidade é o desejo, o anseio; pela percepção, pela sensação e pelo contato, surge o desejo, o prazer, a dor, a necessidade e a não necessidade, que por sua vez motivam a identificação como “meu” e “vosso”, entrando, desse modo, a funcionar o processo dualista. Enquanto separar-se o pensante do pensamento, perdurará o vão conflito dos opostos.
A própria natureza do “ego” é estar em contradição; e somente quando o pensamento-sentimento se liberta a si mesmo de seus desejos antagônicos, é que pode haver tranqüilidade e alegria. Essa liberdade, com suas alegrias, se manifesta pela percepção profunda do conflito do desejo. Quando vos tornais cônscios do processo dualista do desejo e ficais passivamente vigilantes, encontrais a alegria do Real, alegria que não é produto da vontade nem do tempo.
Para estarmos livres da contradição, temos de estar cônscios do presente, sem escolha. Como pode haver escolha, quando nos vemos frente a frente com um fato? Por certo, a compreensão do fato se torna impossível, enquanto o pensamento está tentando operar sobre o fato em termos de “vir-a-ser”, modificar, alterar.

O autoconhecimento, por conseguinte, é o começo da compreensão. Sem autoconhecimento, continuará a existir o conflito e a contradição.

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