quarta-feira, 22 de outubro de 2008

DOR... PERDÃO... DOAÇÃO... RENASCIMENTO.



Cada ser humano é único e qualquer um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar.

A pior perda é quando alguém que a gente ama morre. Esse é um sentimento de perda irreparável. Um amigo não vale pelo outro, um irmão não vale pelo outro e nada no mundo poderá substituir nossos pais.

Dois célebres ditados populares dizem que "nunca somos velhos o suficiente para ficarmos órfãos" e, “nenhum pai supera a perda de um filho”.

E mesmo se o tempo aplaca essa dor, sempre vai ficar dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio. É a idéia do "nunca mais ver" que dói mais. E quando esta se une à idéia de não termos feito algo mais, não termos dito algo mais, ainda é pior.

Perdoar é transformar perdas em doações, dar as perdas, dar o perdão. Se perdermos alguma coisa no passado, transforma o sentimento de “foi perdido” em “foi doado”, dá isso, não importa para quem, simplesmente transforma em doação, este é o caminho da liberação da liberação do medo.

A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento de sua morte, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

Neste recente episódio urbano que acompanhamos pela mídia, a família da adolescente Eloá Cristina Pimentel, que teve morte cerebral, autorizou a doação de órgãos da jovem baleada na cabeça após passar 100 horas rendida pelo ex-namorado. Houve perda de massa encefálica, e ela chegou a passar por cirurgia, entretanto a bala não pôde ser retirada, pois ficou alojada no cerebelo (parte do cérebro que controla os músculos responsáveis pelo equilíbrio).

Durante o seu enterro, estimou-se que 12 mil as pessoas estiveram presentes no sepultamento, que começou às 9 horas e durou 40 minutos. Com certeza estas pessoas e o Brasil inteiro ficaram tocados pela atitude da mãe de Eloá, quando entrevistada afirmou:

“Nunca pensei que ele fosse capaz disso. Ele era, sim, agressivo e possessivo, mas não chegar a esse ponto. Eu consigo perdoar o Lindemberg. Consigo perdoá-lo de todo meu coração, mas que a Justiça seja feita. Quando eu vi que ela estava naquela janela, quando eu vi aqueles panos, eu pensei que a minha filha ia sair pela janela. Eu falei: ‘Vem filha, vem. A mãe está te esperando’. E ela falou assim: ‘Calma, mãe, calma’. A polícia não teve culpa de nada. Nada, nada, porque eles lutaram como eu lutei. Eles choraram comigo como eu chorei. Eu queria que tudo terminasse bem, mas já que terminou dessa maneira, eu estou muito agradecida a todos”.
E ainda disse ter ficado feliz com a doação dos órgãos da filha, falando: “Talvez Deus tenha feito isso para dar vida a sete pessoas. Eu sei que ela está com Deus e estou feliz. O que está aqui é uma carne que vai apodrecer, mas o espírito da minha filha está com Deus”.

Todos os pacientes que receberam os órgãos de Eloá passam bem... enfim, depois deste trágico episódio estas pessoas tiveram um Renascimento... um sopro de esperança e poderão viver!

De tudo isto... os desígnios de Deus são inquestionáveis... Descanse em paz Eloá!

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